sexta-feira, 6 de abril de 2012

8

mal ele sabia que a espera seria eterna, ela não iria aparecer, tinha algo melhor pra se ocupar. O café esfriou, seu coração também, o único som presente, era da propria respiração e aquele barulho da cidade, aquele que a música fala tanto... Não se sabe ao certo, mas ele deve ter ficado ali por dias, doi ou três, olhando pra televeisão delsigada, com ou sem luz do sol, mas ele permanecera ali, no calor do choque emocional. Nos pedaços de sua auto estima, caíam as lágrimas, uma por uma, tornando o dia além de triste, molhado e frio. Quando se deu por si, sua barba estava grande e a poeira cobria todo apartamento, a luz fraquinha do sol indicava que ja era de manhã. Ele se levantou, foi ate o banheiro e jogou toda agua possivel no rosto, na cabeça, nas costas...tirou a roupa e entrou no banho, ficou por horas com o rosto debaixo d'agua, nenhum pensamente concreto parava na sua cabeça, era uma decepção absurda, mas ele tinha que continuar, o único problema era de onde tirar força pra isso. Solução: Café! Ele fez o seu café, como sempre fazia, jogou a cafeteira italiana de 1953 na pia e se jogou no sofá com a caneca do star wars cheia ate a boca, tomou em dois ou três goles e ja foi fazer mais. Era aconchegante, quente, trazia calor "humano" pra si.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

7

não sei o que lhe fez chegar em tempo. se foi o conforto do sofá, ou da presença dela. acho que a junção dos dois o fez torar forças de onde nem tinha mais. a satisfaço daquele abraço tanto desejado era um bom motivo.
no banho, ele tirava toda a sujeira, nãos só do corpo mas como da alma também. em todo o tempo que caminhou, passou por diversas formas de energias diferentes, pessoas, olhares, sorrisos, gestos. tudo numa velocidade imensa, e isso desgata muito. ons diferentes, tons de luz, e etc, tudo girando e deixando suas perspectivas no chão. bom, ainda no banho, perdeu a noção do tempo, correu, se trocou, foi ate o bazar no fim da rua, comprou café, uma caixa de bombons e colocou sua melhor roupa. camisa xadrez (estar passada já é coisa muito sofisticada pra ele), passou um pano úmido no all star e pronto, agora era só esperar...

domingo, 6 de setembro de 2009

6

era surpreendente como seus dias passavam como se nem existisse passado, presente e futuro, tudo era tão superficial, ele passava horas, e em certas ocasiões até dias sem pronunciar uma palavra. seus amigos haviam se mudado, não tinha com quem discutir sua visão bizarra do mundo, nem com quem cantar as melodias que ele mais gostava. coisa que ele mais sentia falta, mas como sempre, se conformou com isso. mantinha sua voz ativa cantando suas musicas e cantarolando no banho, coisa que ele faz desde os cinco anos.
ele não sabe porque, mas digita o telefone dela, ddd e tudo mais. quando escuta sua voz, as borboletas quase mortas, voltam e o fazem gaguejar como um adocelente. ele se sente bem, é natural. "eu queria te ver", ele escuta essa frase, não consegue conter a alegria e a chama para uma tarde em seu apartamento. ela confirma, ele desliga e corre até o banheiro pra se olhar no espelho. seu sorriso era algo indescritivel, em meses não se sentia assim. ele queria contar pro mundo todo, saiu de casa, com um sorriso de cara a cara, andou por tantas ruas que nem ao menos conhecia, se viu cercado de arvores, de plantas, mas não parou, seu peito desejava tanto voar, as asas rasgando suas costas pra enfim voar e ter os céus como sua casa. poderia visitar as estrelas, sua mãe, a lua, poderia dar ateh uma passada em marte e ver se são verdadeiras as historias de que lá tem pessoinhas verdes. pensando nisso, não parava de rir. parecia crinaça, lágrimas caiam, suor, e quando viu, estava sentado numa clareira, olhando aquele ceu cinza que cobria a cidade. havia um peso diferente em tudo. ele havia cansado, a caminhada que fizera, não era nem de longe parecida com a da sua casa ate a livraria, ele andou por horas, movido pela esperança do novo. agora, com medo de não chegar em tempo, ele corre, só não sabe pra onde, aqule parque era imenso, ficava no meio de tudo, e ele não fazia a menor ideia de onde tinha vindo. seu cansasso era muito grande e o desespero de perder um dia como o programado, que esqueceu as dores e continuou a corrida ao que ele pensava ser o caminho certo. seis horas depois, se encontra numa avenida, carros, caminhões, chuvisco. já sabia onde estava, era questão de tempo para ter um banho quente e a certeza de felicidade momentanea com aquela tarde tão festejada. caminhava imaginando seu sofá, e aquele olhar, tão perdido e tão lindo. uma hora ele chega.(continua)

5

talvez se ele tivesse ficado ali deitado, em frente do seu apartamento por mais algum tempo, tivesse ficado mais tempo sem aquela madita senssação de impotência. mesmo ele sendo uma das pessoas mais conformadas no mundo, ele ainda tem seus "sonhos", suas "vontades", e a impotência não ajuda nada numa situação dessas.
ele já esta atrasado para o trabalhgo e nem sequer calçou os tenis. banho é luxo. cheiro de bebida, camisa suja, olhos ardendo e uma sede incontrolavel. para melhorar, o dia é o oposto ao anterior, uma chuva que desanima até quem gosta de chuva. pelo menos não tem tanta gente na rua, e principalmente as crianças, que não saem de casa num dia desses, algo a se comemorar.
já no serviço, seu dia não poderia ser mais tedioso, nada de afazeres, as pessoas que algumas vezes passavam lá, naquele dia, nem sequer pensaram em passar por perto, ou ao menos sair de casa. as horas não passavam, fome, o barulho do relógio, a ressaca. nada ajudava.
o circo havia chegado na cidade a duas semanas. ele nunca gostou muito de palhaços nem de como eles agem com o animais, -mesmo não parecendo, ele realmente se importava-, mas lhe deu uma enorme vontade de ir. pagou os cinco reais do ingresso e sentou bem no fundo, onde que achava que os palhaços não implicariam com ele, e o fizessem participar da falta de graça deles. assistiu sem nem ao menos dar um sorriso, ou sequer um olhar diferente. ele, depois de muito tempo, voltou a pensar na pessoa que te arranca os suspiros e que lhe dá as dores de cabeça mais incomuns. por exemplo, acordar no meio da madrugada com a cabeça explodindo, e a unica visão que tem, é da profundidade daqueles olhares que por poucas vezes se fitavam a ponto de olhar por dentro da alma, mas os poucos eram tão marcantes quanto se fosse algo muito comum. apesar de tudo, a presença dela, mesmo só por telefone ou pensamento, o deixava num estado de espirito tão confortavél. ele adorava aquilo. todas as suas discuções o deixava muito pra baixo por um bom tempo. mas um sorriso, ou algum sinal dela, já o fazia pisar em orgulho, noias ou qualquer coisa que o fizesse ficar chateado. depois do circo ter fechado suas portas, sua sombra na rua o acompanhava até o bairro mais separado da civilização. ele não quer voltar pra casa, não hoje. a lua não aparecia, nem estrelas, estava um frio agradável e ele gostava de caminhar, pensando em muitas coisas, mas nada concreto, andar por andar. acho q ele usava isso no psicologico como exercício físico, afinal, fora esse, só as escadas do apartamento e a caminhada ate a livraria. ele sentou num banco de uma praça e ficou lá, olhando o nada, esperando o nada. engraçado como ele aprendeu esperar o nada depois que começou a gostar daquela mulher. ele, direto, parava e caia na realidade, e enchergava, por segundos, o que sua vida tinha virado. ele havia parado na maior nostaliga, ele parecia estar flutuando, não conseguia caminha nem pra frente, nem pra tras. isso, pelos segundo que enchergou tudo, o incomodava, mas não durou muito, sua depressão rompia a barreira do som, da luz, do real. "nada é real" escutava os beatles dizendo isso boa parte das tarde sentado no sofá com a vitrola ligada. era tão complexo pensar no sentido que a vida tem, que é muito mais fácil acreditar que nada é real, é muito mais fácil, saber que depois dessa vida, terá outra, tão irreal quanto essa. enquanto tudo isso passava pela sua cabeça, a faslta de nicotina e cafeina transformavam seu humor em trapos, e ja estava amanhecendo quando resolveu, bem devagar, voltar pra casa...(continua)

4

ele não dormiu mesmo naquela noite, ficou olhando a lua cercada por todas aquelas nuvens, uma sufocando a outra, não dando a minima pista se vai chover ou não. o clima nesta cidade sempre foi meio maluco. uma estrela ou outra aparecia em meio aquela dança das nuvens. ele ficou, acho que uns uqarenta e cinco minutos só olhando tudo isso, ele saiu de seu mundo, flutou, entro na brincadeira de tentar esconder a lua. achou até divertido, a anos não sorria como nesta noite. pena que não durou muito, a lua foi se escondendo, bem devagar em meio aos predios até se esconder por completo. ele ainda ficou olhando pro céu, com a esperança da lua lhe dar umatrágua e voltar, dizendo a ele todas as mentiras que vão lhe fazer acreditar que aquela senssação vai durar pra sempre. uma hora depois, já com o sol apontando, ele percebeu que aquilo jamais aconteceria e que a rotina voltaria com força e te levaria pra baixo de novo...
ele desce as escadas do predio, quase que rolando, a sua cabeça ainda a imagem da lua e a dança das nuvens o faz flutuar, mas logo logo, logo após as escadas, quando o sol bater nos seus olhos, ele verá que não está mais naqule momento "magico".
abriu a porta térreo e saiu. logo de cara ja queis voltar e deitar no sofá. era feriado, cheio de pessoas na rua, crinaças gritando, guerra de balões d'água, vizinhos lavando seus crarros, falando sobre futebol e velhas fofocando sobre tudo que acontecia no bairro. era horrivel, se sentia um e.t. cabelo sujo, calça presa por um cadarso e já bem rasgada, maço de cigarro amassado no bolso, tenis desamarrado, e tudo o que lhe fazia sair de casa era o víco por café. chegou na cafeteria mais barata da cidade e tomou cinco copos de café puro, com muito açúcar. uma fatia de pão com manteiga e a calma de não ter ninguém gritando na tua orelha.
ele não demora mais que uma hora pra perceber que ali não era sua casa, e que ele não poderia tirar os tenis e se jogar de qualquer jeito no balcão. olha, mata a mosca, volta a olhar o ventilador e as fitinhas do "senhor do bomfim" mexerem. era um calor infernal, acho que tinha jogo no dia e os carros passavam buzinando e gritando, bandeiras, cornetas, gente com o placebo da felicidade estampado na testa e nos dentes, isso o fazia sair do serio. em vez do sexto copo de café decidir uncher a cara pra sair daquele mundo ridículo que lhe cercava. depois da quarta garrafa, e a frustração de ainda não estar bêbado, esculachou "desce macio e reanima". quando viu, já estava largado na calçada, com o sol ardendo no olho e a ressaca reinando. pra ele se levantar foi o maior sacrifíco, caiu umas tres vezes antes de conseguir se apoiar na parede e andar até o apartamento, as escadas equivaliam a uma maratona e meia. quando chegou no seu andar, a chave e a fechadura eram inimigas, desistiu e deitou na frente, ateh chegar alguém e abrir a porta pra ele. o ruim eh que depois do andar dele não mora ninguem. (continua)

3

foi um,a noite como outra qualquer, se revirtando, se debatendo. tendo como sonho, pesadelos horriveis, de imagens abstratas, suor, frio, agonia. ele ja até estava se acostumando com isso. ha um tempo atras, isso era rotina pra ele.
dessa vez ele dorme a noite toda e acorda ja atrasado para o trabalho. coloca sua calça marrom, seu all satar, pega seu maço de cigarros e sai apressado. trombando em varias pessoas de guarda-chuva, com casacos enorme, e capas de chuva molhadas. era um dia chuvoso e cinza. ele se vendo na rotina de todos os dias. nesse dia não deu tempo pro café, o cigarro molhado o deixava mais irritado. as pessoas nesses dias, parecem tão agitadas e egocentristas, se importando só com o que acontecerá consigo mesmas. essa cocnlusão ele tirou listando livros de alto ajuda na livraria mês passado.
chegando lá. pot incrivel que parecça,, tudo estava organizado. não haviam pilhas de livros, nem dezenas de bolinhas de papel amassado, muito menos copos descartáveis de café e papeis de bala de doce de leite em cima do balcão. ha via um bilhete para ele revisar a coluna h7, que parecia estar com a ordem alfabética desorganizada. sem vontade, ele pega a escada de rodinhas e desliza até a tal coluna. começou a arrumar os livros e por acaso, um, ja meio velho, sem muita cara de ser emocionante, caiu. nervoso ele desce pra apanha-lo. o livro estava aberto na pagina 72- numero com o qual ele tem uma sisma desde sua epoca de adolecencia- e com os dizeres na terceira página " a própria liberdade se constrói em seus próprios muros". ele fechou o livro, subiu as escadas e o enfileirou como qualquer outro. mas o nome, ja meio apagado, ficou na cabeça dele como cola: "olhares diferentes". passou.
no fim da tarde, quando ja se "arrumava" para voltar pra casa, lhe bateu a maior vontade de ler o tak livro. se segurou, ascendeu um cigarro e foi embora coma frase na cabeça. no mês, nada tinha lhe chamado mais a atenção do que aquela frase.
chegando no aparamento, se dirige a janela onde com um pedaçõ de papel, tenta explicar sua sisma com o numero 72 e aquela frase. o frio era cortante, pombos se acumulavam do outro lado da rua, carros e mais carros indo e vindo, ele se sentia perturbado com tudo aquilo, era uma coisa muito aleatoria em sua mente. em um dia tudo isso lhe da toda vontade de encher o peito e cotar pro mundo que esta bem, no outro, tenta expelir de qualquer forma essa senssação péssima de seu peito. quando vê, o lápis voando pela janela com o papel e o cinzeiro, ainda esboça uma reação de surpresa, mais ja não dava tempo de nada.
ja sem nada pra pensar, deita no sofá e liga a vitrola, no mesmo disco de sempre "till there's you" cantarolava o fim da musica. com a maior vontade de dormir e o menor sono, ele se esforça contando ate onde conseguia, pra de algum jeito pegar no sono. nada dava resultado no fim dauqele dia, a energia de tudo estava pesada e ele não queria tirar aquilo na marra. ele só pensa em ser quem era a tres semanas atras. (continua)

2

em seu sonho, ele se materializa em cima do oceano, correndo em direção a varias massas de névoas, dançando e se juntando num movimento absurdamente complexo, sem uma sincronia definida nem um sistema esquematizado. Ele, agora, se via parado em frente a tal absurdo, e a confusão em sua cabeça era pertubadora. Fora do sonho, ele suava frio e parecia um peixe fora d'água deitado no sofá. No sonho, agora, ele se via puxado pela massa de neblina, tentando se esquivar ele cai na água se começa a afundar, indo direto pras mais profundas fendas daquele oceano imenso. varias bolhas, varios tipos de corais, e ele se afogando naquela agitação muda. chegando no fundo da fenda, ele via seu retrato cortado por pedaços de metal retorcido e enferrujado, o desespero era enorme, vendo sua imagem degredindo com a agua e todo aquele amontoado de aço se comprimindo com a pressão da água.
por fim se viu emgolido por um cardume absurdo de peixes palhaço, ele se debatia, se chacoalhava, mais os peixes o engoliram e o sufocaram, até conseguir acordar. num pulo inquietante do sofá, ele acorda com uma sede insassiavél e com a ropua toda molhada de suor. ele odeia ficar suado, isso te deixa muito irritado e com seu humor completamente abalado.
Depois de trocar de ropuas e sassiar a sua sede com varios copos de chá gelado. ele senta no sofá e para pra pensar no que o sonho representava. eram três da manha e sua sede por descobrir todos os detalhes do sonho, não o deixariam dormir de novo aquela noite. ele desejava saber o que sua imagem sendo consumida por ferro tinha a ver com seu cotidiano.ele pensa que talvez por viver entre tantos amontoados de aço, sente sua vida oprimida por isso, e isso pode ter sido a causa do sonho. mas ele se sente muito conformtavel onde esta, não sente opressão nehuma em viver no barulho, do lado de escadas de ferro e goteiras diárias na pia do vizinho. ele sempre se sentiu bem nesse ambiente e isso com cereteza não bate com o que ele viu no sonho.
ja eram sete da manha quando o cheiro do café feito pelo dono do bar da esquina chegou no seu apartamento. ele pega a jaqueta, poe um all star de quatro anos no pé e sai pra tomar se café e adimirar as pessoas se matando com o tempo que elas acham tão curto. hoje ele não trabalha, a livraria não abriria por luto a tia do dono. ela era quase uma mãe pra ele. e semrpe aparecia na livraria perguntanbdo sobre livros de suspense e drama. era a cara dela ficar o dia todo lendo livros atras de livros e querer contar para o mundo tudo que aprendeu com eles. mas seu modo de ver o livro era completamente diferente. em conversas com ela, ele percebeu que ela não só lia os livros, mas tentava fazer parte dele, se internando literalmente em sua leitura, geralmente lia dois ou ate três livro por dia, era um vicio pior que o cigarro que ele tanto venera nas manhas de café no bar. por fim a livraria perdeu uma cliente muito dedicada. pelo menos não terão tantos livros para se enfileirar novamente nas fileiras no fim da semana.
depóis de tomar se café ele volta pra casa pra escutar um pouco de seus discos e escrever qualquer besteira que faça sentido na sua mente nem que for por segundos., mas a inspiração anda muito escassa, e se recusa a escrever porcarias por escrever. decide dormir, de novo, por um longo tempo, e a ultima coisa que ele deseja agora, é sonhar.(continua)