domingo, 6 de setembro de 2009

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era surpreendente como seus dias passavam como se nem existisse passado, presente e futuro, tudo era tão superficial, ele passava horas, e em certas ocasiões até dias sem pronunciar uma palavra. seus amigos haviam se mudado, não tinha com quem discutir sua visão bizarra do mundo, nem com quem cantar as melodias que ele mais gostava. coisa que ele mais sentia falta, mas como sempre, se conformou com isso. mantinha sua voz ativa cantando suas musicas e cantarolando no banho, coisa que ele faz desde os cinco anos.
ele não sabe porque, mas digita o telefone dela, ddd e tudo mais. quando escuta sua voz, as borboletas quase mortas, voltam e o fazem gaguejar como um adocelente. ele se sente bem, é natural. "eu queria te ver", ele escuta essa frase, não consegue conter a alegria e a chama para uma tarde em seu apartamento. ela confirma, ele desliga e corre até o banheiro pra se olhar no espelho. seu sorriso era algo indescritivel, em meses não se sentia assim. ele queria contar pro mundo todo, saiu de casa, com um sorriso de cara a cara, andou por tantas ruas que nem ao menos conhecia, se viu cercado de arvores, de plantas, mas não parou, seu peito desejava tanto voar, as asas rasgando suas costas pra enfim voar e ter os céus como sua casa. poderia visitar as estrelas, sua mãe, a lua, poderia dar ateh uma passada em marte e ver se são verdadeiras as historias de que lá tem pessoinhas verdes. pensando nisso, não parava de rir. parecia crinaça, lágrimas caiam, suor, e quando viu, estava sentado numa clareira, olhando aquele ceu cinza que cobria a cidade. havia um peso diferente em tudo. ele havia cansado, a caminhada que fizera, não era nem de longe parecida com a da sua casa ate a livraria, ele andou por horas, movido pela esperança do novo. agora, com medo de não chegar em tempo, ele corre, só não sabe pra onde, aqule parque era imenso, ficava no meio de tudo, e ele não fazia a menor ideia de onde tinha vindo. seu cansasso era muito grande e o desespero de perder um dia como o programado, que esqueceu as dores e continuou a corrida ao que ele pensava ser o caminho certo. seis horas depois, se encontra numa avenida, carros, caminhões, chuvisco. já sabia onde estava, era questão de tempo para ter um banho quente e a certeza de felicidade momentanea com aquela tarde tão festejada. caminhava imaginando seu sofá, e aquele olhar, tão perdido e tão lindo. uma hora ele chega.(continua)

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